A auto-hemoterapia é um procedimento, sem reconhecimento científico, que consiste em retirar sangue de uma veia e aplicá-lo no músculo da própria pessoa. Recentemente esse método tem sido amplamente divulgado através da internet e do dvd: “Auto-hemoterapia: contribuição para a saúde” no qual o clínico-geral Dr. Luiz Moura explica o método através de relatos de diversos casos. Este método provocaria uma ativação do sistema imune o que desencadearia uma série de processos de cura, parcial ou mesmo total e estaria indicado para várias doenças infecciosas, alérgicas, auto-imunes, corpos estranhos, como os cistos ovarianos, miomas, obstruções de vasos sangüíneos, entre outras enfermidades, que são prontamente combatidas pelos macrófagos.
No artigo “AUTO-HEMOTERAPIA, PROBIÓTICOS E OS IMUNOESTIMULADORES” o Dr. João Veiga, médico cirurgião e secretário da Saúde de Olinda explica:
“A colocação de sangue retirado da veia na musculatura funciona como um estímulo de neutrófilos, monócitos e linfócitos que se dirigem para o local com a função de limpeza, remove coágulos, bactérias e tecidos lesionados. Os monócitos evoluem para macrófagos que exercem a fagocitose de qualquer substância, bactéria ou tecido residual. Segrega uma série de substâncias (citoquinas e fatores de crescimento) que estimulam mais ainda os neutrófilos para produzir tecido de regeneração e formação de novos vasos (angiogênese), como também a produção local de óxido nítrico. Além desta ação local, vamos falar assim, os macrófagos estimulam os linfócitos, que liberam as interleucinas e interferon, que são substâncias estimuladoras dos linfócitos T e B, outras células do nosso sistema imunológico, este que nos defende de infecções, câncer e outras agressões ao nosso corpo.”
Apesar de tais benefícios, não existem estudos científicos, considerados suficientemente adequados e embasados, que comprovem a eficácia ou até mesmo a ineficácia de tal método. Assim sendo, órgãos e sociedades médicas, científicas e reguladoras – a citar: CFM ( Conselho Federal de Medicina) SBHH ( Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia) e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – opõem-se e proíbem a prática de tal método por qualquer médico.
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